terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Homem como Centro do Universo


Para Refletir...


Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias e dias trancado em seu laboratório, em busca de respostas para suas dúvidas, tentando, a todo custo, criar fórmulas ou instrumentos que o ajudassem a consertar o mundo.


Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu “santuário” decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro local.

- Meu filho, aqui não existe nada para você fazer. Vá procurar seus amigos para brincar de qualquer coisa!

O garoto não desistiu:

- Não quero brincar, eu quero ajudar você a consertar qualquer coisa!

Vendo que seria impossível demovê-lo da idéia, o pai começou a folhear uma revista que encontrou por perto, procurando algo que pudesse ser oferecido ao filho como objeto de sua atenção, por um período que fosse o mais longo possível. De repente, deparou com o mapa do mundo e achou o que procurava.

- Você gosta de quebra-cabeça? – perguntou ao filho. – Então eu vou lhe dar o mundo para você consertar.

Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mundo em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva transparente, entregou ao filho dizendo:

- Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertar bem direitinho e me entregue somente quando estiver pronto. Faça tudo sozinho.

Calculou que a criança levaria dias, se não desistisse, para conseguir recompor o mapa. Na realidade, ele acreditava que a criança levaria algum tempo tentando e desistiria, por certo, indo procurar um brinquedo mais atraente em outro lugar.

Passadas algumas horas, duas ou três no máximo, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:

- Pai!... Pai!...

Levantou os olhos e disse:

- Filho, você deveria estar tentando consertar o mundo!

- Mas eu fiz tudo. Já consegui terminar tudinho! – respondeu o menino.

A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho; seria humanamente impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa que, seguramente, jamais havia visto inteiro com detalhes.

Já lhe disse para fazer o seu trabalho e me deixar trabalhar sossegado, não disse? – respondeu um tanto irritado.

- Mas eu fiz, já fiz tudo, pai! Veja você mesmo!

- Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que iria ver um trabalho “digno de uma criança de sete anos”. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colados nos seus devidos lugares.

- Eu já lhe disse que era para fazer o trabalho sozinho. Ninguém deveria lhe ajudar a consertar o mundo! – falou já zangado pela interrupção.

- Mas pai, eu fiz sozinho... – tentava se fazer ouvir a criança.

- Não minta, que é pior!

- Não estou mentindo, meu pai! Não estou mentindo!

- Como seria possível...? Como você seria capaz? Você não sabia como era o mundo, você não poderia consertar o mundo! – respondeu irritado.

- Pai, está certo! Vou lhe contar como foi: eu não sabia como era o mundo, mas, quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que, do outro lado, havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo quebrado para consertar, eu tentei, mas não consegui. Virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era; quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.

- Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci -

(Autor desconhecido)

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